`... às vezes apetece-me gritar para que me ouças
e deixes de jogar comigo
como se fosse a estúpida criança
que chora para chamar a atenção...
ou a dos teus/ tuas - amigos/amigas...
... já que não tenho sempre a certeza
se são mais um dos teus pseudónimos
ou o/a amigo/a conhecido/a
com quem te divertes
e, por vezes,
também me diverte ...
... por alguma razão
nunca gostei de me confiar a conhecidos,
que fazem fofoca com o que se lhes conta
e nos vêm incomodar depois
com perguntas embaraçosas
e comentários idiotas ...
...aí, costumo fingir que não os percebo...
e, por norma, desistem.
...emoções e sentimentos são flores
do meu jardim de encantos
e são para respeitar
quer nos outros
quer em mim...
*
... confiar-me a estranhos
já foi...
... como naquelas longas viagens
nos combóios de antigamente -
- do tempo em que ainda não havia telemóveis
nem computadores
e o dinheiro era parco para a compra de revistas...
...e depois
ler durante horas
fazia doer os olhos...
[... idem: ... para os mais próximos... ]
*
...gostando tu tanto do mistério
brincas e deixas que brinquem
para melhor te ocultares...
... ?(creio)?... !?!?...
*
...compreendo, mas sofro...com quase vergonha
do que sinto, senti ou sentirei...
...daí o tentar fugir e evitar contactos-
- uns por ignorância minha;
outros de motu-próprio...
*
...sabes?...
não nego o que sou, ou o que sinto,
mas cansa-me tanto jogar às escondidas
como menina traquina
que
-sinceramente-
há muito deixei de ser .
*
... nunca tive jeito para jogos...
...julguei ter, outrora;
porém,
depressa me desiludi comigo mesma -
- e breve desisti.