27.3.19

...ganhando estrelas...


...ganhar estrelas sem sequer com elas ter sonhado 
é bom
tanto quanto o pão é saboroso 
as flores são belas
e o céu diurno de um azul infindo 
quando não carregado de nuvens...
...ganhar estrelas de latão é um sonho infantil 
de quem sonhou vir a ser general...

...ai! de mim...não sou já criança, 
nem nunca sonhei sequer com jóias falsas...
contudo, sinto estrelas que vão flutuando dentro em mim
sem precisar sonhá-las...
Obrigada, Senhor!...
Que nunca me falhem!
Que nunca me fujam!
E brilhem enquanto as puder admirar... sentir...
...e não peço mais nada.
..

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12.3.19

Saudade não é...


Ainda bem que saudade não é isso...
O que se viveu um dia
e deixa saudade
não é para repetir 
ou a vida de cada um de nós
já não valeria a pena ser vivida.
Saudade existe sim, não do que se viveu
mas do que poderia ter-se vivido...
Sem lamentos, sem ilusões, 
com o coração repleto 
e a alma contente.

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9.3.19

Na noite fria e escura...


No silêncio da noite enevoada 
na noite de inverno fria e escura 
o brilho amarelo dos lampiões da rua 
projecta em  sombras e surdina
a densa  melancolia 
que abafa as queixas sibilinas 
dos ramos nus e desgrenhados
 das  árvores altas da avenida 
Em êxtase - quase transe - ouço os meus passos
e a calçada rugosa e humedecida
 resiste ao movimento...
Surge então não sei donde
 um vago desalento 
que rola no escuro e sobe até mim 
 em ondas de cansaços.

Contudo, sei que não estou só...
à tua maneira, sempre estás comigo 
Confio à noite em nuvem 
um leve leve gemido 
e num soluço da manhã que vem
ouço o eco repetido 
dos passos que caminham 
sobre o solo endurecido 
e se afastam depois no escuro
procurando alguém...

Guima



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7.3.19

Das culpas do tempo...


Concordo na totalidade!
O tempo só desgasta o que pouco ou nada vale...
O que é essência permanece intacto!...

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6.3.19

Cinza na paisagem


solitária na planura*
rodeada de neblina*
ela estende os longos braços*
para alcançar o azul
**
 a alma arranha a lonjura*
tremente de dúvidas e de emoção *
 sem coragem de implorar o céu*
- aquele por que anseia*
toda a mortal criatura
**
quando a neblina virar chuva*
tentáculos-raízes *
poderosos como veias *
 afundarão mais e mais*
 no solo macio*
 de um mortal coração

**
o tempo ingrato e perverso, *
que recusa a bênção do sol*
e a doçura da brisa,*
num enleio de interesses *
com e sem razão,*
a natureza inferniza

**
não há céu, não há azul... *
e a árvore despida*
em agonia sentida *
maldiz a criação.

Guima


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2.3.19

Da alegria da alma...


...pena ninguém saber ao certo
 quais os mais belos dias da vida,
estimado filósofo!...
...sobretudo quando as sombras da incompreensão 
se abatem insidiosamente sobre nós...
- todos se sentem livres de dizer e de contar,
mas negam aos mais a mesma liberdade...
...a vida é uma batalha estranha 
que nem se ganha
nem perde:
sofre-se.

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