12.4.19

Nada foi nosso de verdade...


...E, contudo, nada - nunca - nos pertence.
Tão pouco a vida é mesmo nossa...
pois não é amada sempre como se deve, ou deveria...
...até as ilusões, as emoções, os sentimentos 
 parece que também voam e se distraem de nós...
...e nem os limões do limoeiro
 há anos plantado
 algum dia me pertenceram ou pertencerão 
porque podem apodrecer com a chuva 
ou ser levados pelo vento...

Dizemos : meu, minha/
nosso, nossa...
...e nem essa fugaz ilusão é válida:
tudo não passa de empréstimo devidamente ajurado
 num tempo por que passamos...
sem quase  nos darmos conta 
e na ilusão de o agarrar.
Só resta uma espécie de encanto ... 
... enquanto o pensamos -
- nessa  realidade fugaz que é o deslizar da vida.
E é só...



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5.4.19

Palavras como nobreza de alma... Palavras como justiça...


O mundo, meu amigo, não é de ninguém.
Não é dos ricos, nem dos poderosos, nem dos néscios... o mundo é a ilusão do momento, sempre caótico, sempre difícil para quem  nele vive.
Mundo é ilusão e muita dor. Também o é para os que nasceram para amar a natureza, em todos os seus seres, respeitando-os na sua individualidade, protegendo-os lealmente, sem falsas razões. 
O mundo é composto de predadores e vítimas, numa cadeia sem fim, nem retorno. É naturalmente cruel para todos os seres, vitimados por circunstâncias inerentes à sua própria condição.
 E o ser humano é o maior e o mais perverso predador.
E depois... ser honesto e verdadeiro vale para quem nasceu para amar a honestidade e a verdade e, por sua desgraça, julga que os seus semelhantes lhe são iguais em valores, em atitudes. Não o são todos, o que dá azo a dramas incomensuráveis, como as guerras entre povos, ou entre irmãos.
A palavra nobreza está, na sociedades dos nossos dias, fora de moda. Nobreza de alma, então,  dessa ...nem se fala. São conceitos considerados politicamente incorrectos.
Este brasileiro bom e inspirado decerto se enganou ao evocar a existência de exemplos para as gerações futuras... Terão estas de aprender do nada, talvez com alguns robôs criados por líricos como ele, amante da justiça , da bondade, da honestidade, como virtudes irrefutáveis.
Parafraseando Daniel Rops, apetece perguntar também:
Ó Morte, onde está a tua vitória? - Ó justiça, onde está a tua vitória?
De que vale a vida dum pobre ser indefeso se uma morte sofrida, num desprender de mundo, é  sentida como injustiça cruel?

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