14.2.19

Sinais de fogo...


Foste o esplendoroso sol 
e eu a lua taciturna e iludida
 viajante e só no espaço da vida 
que um dia acedeu 
ao encontro improvável
de dois cegos.
 
Nas mágicas cores vibrantes desse outono
 plangiam  sussurros em cadeia 
se o vento rasasse as folhas quebradiças,
amarelecidas, musicalmente secas,
pisadas por seres de aguçados sentidos, 
 feras de múltiplos invernos  
imbuídos de desunidas emoções...
Sobre o outono luminoso e quente 
desceu a noite invernosa, 
subtil, faminta, caprichosa...
Depois... invernos sobre invernos 
laceraram o tempo, 
eternizando uma só primavera 
em emoções de absinto.
Nem tudo ardeu...
enquanto um fumo louro e azul subir no céu
 são as cinzas, apenas, um macio cobertor
do desconhecido e fervoroso ardor  
 que nem sempre quiseste pressentido.
Embora...
... porque é ainda esse fumo azul e ouro 
 que hoje se liberta desejoso de amplidão...
 meigo... silencioso
como um coração.




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